quarta-feira, 24 de junho de 2015

Imperativo moral

Morrer de véspera não é saudável. Não serve a proposito algum. Não melhora a vida. Carece de benefícios. Aumenta a ansiedade. E não deve fazer bem ao coração. Viver no passado, entretanto, é pior.
Ficar aferrado a ideias, conceitos e experiências passadas puramente para revivera-los e reproduzi-los nunca fez lá muito sentido. No mais das vezes, é sinal de falta de ideias, originalidade ou simples cinismo para preservação de vantagens próprias.

Não reconhecer a influência do passado e do presente no futuro, é perigoso. Futuro é coisa escorregadia. Vai chegando sem avisar. O tempo vai escorrendo por entre os dedos até o momento em que o que estaria por vir já chegou. Futuro tem dessas coisas.

Seres humanos têm como uma de suas qualidades mais importantes à capacidade de reconhecer o impacto de suas ações no presente nos resultados a serem (ou não) colhidos no futuro. Sabe investir. E sabe colher.

Os mesmos seres humanos tem também a capacidade de sacrifícios pessoais para o bem das gerações futuras. Investem para outros, às vezes completos desconhecidos, colherem. Tem potencial para nobreza.

Este tipo de nobreza é coisa difícil de ser encontrada nestes tempos em que todos parecem querer o seu. Rápida e imediatamente. Faz tempo que a preocupação com as gerações futuras desapareceu da agenda.

Nobreza tem andado em falta. Infelizmente, no momento em que mais precisamos dela. Esta faltando grandeza, preocupação e respeito com gerações futuras. Talvez motivado por miopia egoísta que se vai subtraindo o futuro das gerações futuras. Condenando-os a vida difícil, dívidas impagáveis e perspectivas limitadas. 


Do jeito que esta, os jovens, presentes e futuros, viverão em meio ambiente destruído. Crescerão sem acesso a educação de qualidade. Competirão em desigualdade de condições com jovens de outros países. Não colherão qualquer beneficio do bônus populacional enquanto carrega nas costas o peso da nossa miopia egoísta.

Melhorar a vida das gerações futuras é obrigação dos adultos de hoje. Transcende ideologias, interesse, raça e fronteira. É parte do que diferencia os seres humanos. É principio que compele (ou deveria compelir) seres humanos a agir. É imperativo moral.

Por isso, talvez valha a pena debater que mundo será deixado para as gerações futuras. E, talvez, evitar pelo menos algumas das injustiças às quais elas estão sendo condenadas.

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