Já os favoráveis escudam-se na opinião do Tribunal de Contas da União, que identifica crime de responsabilidade por parte de Dilma, por haver maquiado números para equilibrar receita e despesa no governo, quando na realidade os cofres públicos ficaram no vermelho, nos dois últimos anos.
Pesquisa reservada feita junto à maioria do Congresso revela que a maioria parlamentar não se sensibiliza pela proposta do impeachment, coisa admitida mesmo pelos tucanos mais inclinados na tese do afastamento da presidente da República.
Em suma, sem uma acusação direta e óbvia a respeito da probidade de Dilma, a discussão sobre o impeachment continuará inócua. Servirá para municiar os oposicionistas extremados, mas redundará em nada.
A pergunta que se faz é se o PSDB ficará girando em círculos, demonstrando que o debate envolve mais do que a por enquanto inviável tentativa de afastamento da presidente. No caso, uma operação conduzida pelos tucanos paulistas para enfraquecer o mineiro Aécio Neves, hoje o líder da oposição e provável candidato ao palácio do Planalto em 2018. Pretendem, os paulistas, recuperar a hegemonia da indicação presidencial, eles que venceram com Fernando Henrique e perderam com Geraldo Alckmin e José Serra.
Não deixa de espantar muita gente a centralização em torno do impeachment. Mais do que ficar discutindo esse samba de uma nota só, os tucanos precisariam desde já estar preparando uma alternativa de governo para o desgoverno do PT. Acima e além, até, das denúncias de corrupção que envolvem os detentores do poder, a hora seria de uma discussão profunda a respeito do que fazer para o país recuperar-se do caos que nos assola. O diabo é que são, por essência, neoliberais, sabendo que a maioria da opinião pública rejeita as fórmulas de aumento de impostos, desemprego, extinção de investimentos sociais e até redução de direitos trabalhistas. A opção que não apareceu afugentaria, mais do que reuniria o sentimento nacional. A conclusão é de que o PSDB continua enxugando gelo e ensacando fumaça.
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