quarta-feira, 29 de abril de 2015

Maricá resolve (?) questão indígena

Dançando com as ratazanas políticas
Desde o início do primeiro mandato, em 2009, o governo petista de Maricá tentava resolver um problema crucial para o município em direitos humanos e turismo: não havia índios em Maricá. Impensável que em local de tanta importância histórica nacional não houvesse unzinho a quem o governo pudesse servir em defesa de seus direitos e ainda lucrar em propaganda como atração turística.

O insigne sociólogo Quaquá, em estando prefeito, como era de se esperar, encontrou a "solucionática" para o problema com a expulsão de um grupo indígena de Camboinhas, nas proximidades. Importaram-se os indígenas com toda a pompa devida no cumprimento petista de mais um caso de direitos humanos. Com os índios, também se criava um polo turístico! Como se tratar gente como atração, em local improvisado, para inglês ver, não fosse um descaso com os próprios direitos humanos.

Há seis anos, depois de peregrinar por um cantinho aqui e outro acolá, o grupo foi instalado numa área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, onde no fim de semana houve uma festança com dinheiro público para saudar o prefeito e a mulher, agora deputada estadual. Foi uma avant-premiére para a grande festa que Quaquá pretende promover no próximo ano com representantes de todas as tribos brasileiras, quiçá internacionais, em um novo espaço. Afinal, nas palavras oficiais "a presença indígena enriquece o município (sic)".

Mas seria muito pouco enriquecimento para a tão brilhante inteligência do presidente do PT fluminense. Apesar de já contar a aldeia com ocas, Casa de Reza e um módulo educacional com isolamento térmico-acústico e ar-condicionado - instalação única no ensino municipal -, Quaquá ainda amplia o desenvolvimento indígena na região. Disposto a dar exemplo ao país, onde ainda muito se briga por questões de terras indígenas, o insigne sociólogo mais uma vez sai na frente na solução dos problemas nacionais. Maricá vai comprar uma grande área para abrigar a aldeia e continuar a incentivar o turismo indígena. É a primazia de um projeto único no país em que índio virou sinônimo de atração e suporte eleitoreiro. Não mais ganha bugigangas e espelhinhos, mas terras compradas (que beneficiados seriam?) com o dinheiro público.


* Sobre a aldeia, e as condições dos indígenas, recomenda-se a reportagem de O Dia, publicada em janeiro, mas que infelizmente teve o vídeo retirado

Nenhum comentário:

Postar um comentário