A gente pergunta o que acontecerá se a moda pegar. A presidente vai sumir a partir de agora, por medo de um bater de panelas? Governantes fujões sempre podem ser identificados, através da História, geralmente para evitar golpes e revoluções, até para salvar a própria vida. Mas para evitar uma democrática e ruidosa manifestação não há registro, pelo menos no Brasil. Vaias costumam ser rotineiras, entre nós. Haverá que conviver com expressões de descontentamento, para quem optou pela vida pública.
Tempo ainda há, no caso dois dias, para Dilma rever o vexame, apesar de já ter sido anunciado pelo ministério da Comunicação Social.
Outra indagação refere-se ao trabalhador, que, se começa a utilizar telefones celulares, só rarissimamente pode dar-se ao luxo de assinar a Internet. Assim, a mensagem que a presidente pretende divulgar pelas redes sociais não atingirá o alvo. Humilhados e ofendidos estão os milhões que vivem do salário mínimo. Também os assalariados que recebem pouco mais.
Quando se recorda estar no governo o Partido dos Trabalhadores, a conclusão é de não ser partido, muito menos dos trabalhadores.
Uma dúvida que fica refere-se aos conselheiros da omissão. Que ministros tenham sugerido à presidente ficar calada, senão justifica, explica-se: quiseram poupar-se dos respingos do panelaço. Agora, ter o Lula também se pronunciado pelo silêncio da sucessora, não dá para entender. Se não é, já foi trabalhador. Como torneiro-mecânico, quantas vezes celebrou o dia de seus companheiros? Como presidente da República, por oito anos, jamais deixou de dirigir-se à categoria. Estaria pensando em recomendar a Dilma discursar no Dia do Empreiteiro?
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