.A Argentina é o único país da América Latina que deixou de medir a porcentagem de pessoas com renda abaixo do nível necessário para evitar a pobreza. Governo já não mede a pobreza porque diz ser “complexo” e “causar estigma”
O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, se meteu em uma confusão durante uma entrevista a uma emissora de rádio, na última quinta-feira, quando perguntado por que o Governo de Cristina Kirchner deixou de medir a porcentagem de pobres na população em 2014. Entre 2007 e 2013, os números oficiais foram criticados por subestimar o fenômeno. Kicillof, que se define como um economista da escola keynesiana e foi professor de marxismo na Universidade de Buenos Aires, respondeu: “A quantidade de pobres existente é uma pergunta muito complicada. Não tenho o número de pobres, me parece uma estatística que provoca muito estigma”. Não demorou para eclodir a polêmica com a oposição.
Na sexta-feira, o chefe do Gabinete de Ministros, Aníbal Fernández, defendeu o colega em sua conversa habitual com a imprensa na entrada de seu escritório: “Definir se um número a mais ou a menos nos diz qual é a quantidade de pobres... Não é tarefa do Governo a quantidade. A tarefa do Governo é cuidar do homem e da mulher de carne e osso, e de seus filhos, é cuidar de um país que tem que encontrar respostas para seu povo”. Ao mesmo tempo, Kicillof concedia uma entrevista a outra rádio para esclarecer: “Pegaram uma declaração isolada e armaram uma campanha contra mim e contra o Governo”.
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