segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Falência geral
Toda imprensa repercute pesquisa veiculada pela “Folha de S. Paulo” dizendo que a popularidade da presidente Dilma caiu de 42% em dezembro para 23% nessa semana. Atribuem tal retrocesso de sua popularidade às investigações do rombo na Petrobras e outros escândalos menores, onde foi mais tímido o produto do furto. Associam também essa baixa à mudez temporária da presidente. Desde que assumiu seu segundo mandato, Dilma Rousseff encastelou-se e tem evitado a imprensa ou qualquer outra forma de exposição, em razão da consciência que tem de sua inabilidade na expressão e no trato das relações políticas.
Somam-se os problemas que se acumularam num mesmo momento, muito acima da conta e para os quais sua equipe parece não ter ainda remédios disponíveis. A Dilma que venceu as eleições contra tudo e contra todos desabou-se em pouco mais de três meses. Quase foi à lona.
O Brasil está absolutamente perdido e sem direção de qual modelo econômico poderá se valer para alavancar sua manutenção. Fala-se em manutenção da máquina, do que já está aí a postos. Propor-se desenvolvimento seria um luxo, diante de tantos desacertos que comprometeram nossas perspectivas para os próximos anos. As opções disponíveis nos garantirão ficar de pé. Já não bastam os expedientes ou medidas menores, que funcionaram em períodos passados e que agora seriam paliativos sem qualquer efeito.
O sentimento demonstrado nas pesquisas divulgadas pela imprensa, ampliado pelos grupos derrotados nas últimas eleições e pelo interesse de alguns setores da produção, tudo isso conjugado, vem ajudando a consolidar nossas dificuldades. Ninguém quer passar uma borracha nesse quadro de escândalos, de corrupção, de roubalheira que vitimou a maior empresa brasileira e uma das maiores petroleiras do mundo, a Petrobras.
Ninguém em sã consciência espera que as grandes empreiteiras e fornecedores que alimentaram esse processo não sejam punidos, tenham seus diretores processados, julgados e presos se assim for a decisão da Justiça. Todos queremos o desfecho que se dará a esses processos, mais ou menos previsível se não acontecerem desvios de conduta ou manobras muito bem engendradas pela defesa desses que se apoderaram de tanto dinheiro. Espera-se ainda que a delação premiada não absolva de culpa os corrompidos, aqueles que decidiram em função da paga dos que os corromperam. São ladrões e como tal têm que ser tratados.
Dizer que a presidente conhecia completamente o que passava na Petrobras parece um exagero. O Brasil e seus problemas são muito grandes, diante inclusive da gigante Petrobrás. Nossas dimensões são continentais e o que precisamos de empreender, com a notória e absoluta falta de controles da máquina e dos recursos públicos, é transferir à iniciativa privada o máximo de responsabilidades que o Estado brasileiro hoje acumula. A corrupção, somada à ineficiência e precariedade gerencial do setor público, é tamanha que temos que reconhecer isso como saída. Não temos capacidade de gestão. O Estado, o público no Brasil são a “casa da mãe Joana”.
A corrupção vai seguir existindo, vigorosa, haja vista a participação que tiveram grandes grupos econômicos no custeio das últimas campanhas políticas, de todos os candidatos importantes, independentemente das posições que ocupavam esses mesmos candidatos. A prestação de contas oficial feita à Justiça Eleitoral é pública; é só ver. E, dizem, ainda tem o “por fora” de cujos montantes ninguém fala. Nenhum candidato recebeu tais somas para não devolver em favores, obras, interesses.
Temos que mudar o jogo enquanto é tempo. Já se furtou muito. Estamos atrasados.
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