quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O fim num imenso bocejo


Arrisca-se a morrer de um ataque de bocejos quem permanecer, no PT, confiando nas promessas da presidente Dilma. Como aconteceu na reunião do Diretório Nacional do partido, em Fortaleza, no final da semana que passou, a primeira-companheira inundou a plateia com chavões de mudanças sociais cada vez mais ousadas. Parecia sobrinha do Lenin, tanto ao referir-se aos últimos quatro anos quanto aos próximos. Em vez de arrancar aplausos generalizados, porém, inaugurou um festival de imensos bocejos.

Porque os petistas conformaram-se com as notícias de que Joaquim Levy seria ministro da Fazenda, Katia Abreu, da Agricultura, Armando Monteiro, do Desenvolvimento, e Henrique Alves, da Previdência, além da certeza de que PR, PP, PSD, PDT e PTB não ficariam fora do ministério.

Todo esse conjunto, além de outras nomeações previstas, indica de forma inexorável o recuo definitivo do governo até as trincheiras da extrema direita. Tudo ao contrário da pregação de campanha da então candidata e, até mesmo, de suas atuais definições retóricas. Numa palavra, embromação. Na verdade, o segundo mandato prenuncia submissão aos postulados neoliberais e aos seus agentes. Mais uma vitória dos mesmos de sempre, anunciando aumento de impostos sobre a classe média, jamais dos potentados. Além de predomínio do agronegócio diante das pequenas propriedades, dos benefícios aos usineiros e do predomínio cada vez maior da previdência privada sobre a previdência pública. A conclusão é de que o PT, coitado, acabou no Irajá. Termina num imenso bocejo…

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