A confusão no Triângulo das Bermudas (Planalto, PT e Instituto Lula) é como a antiga anistia – ampla, geral e irrestrita. Em meio à derrocada do esquema de sustentação do poder via corrupção na Petrobras e em outras fontes como o mensalão, a presidente Dima Rousseff agora se omite e deixa o barco ir à matroca, como se dizia antigamente, enquanto um desgastado e repetitivo Lula volta à cena para retomar indiretamente o poder e mostrar quem está no comando.
Depois do desmoralizante discurso do procurador-geral Rodrigo Janot, Lula já mandou a ex-gerentona demitir a diretoria da Petrobras e ela vai obedecer, claro. Mas Dilma está na mesma situação que enfrentou no Ministério da Fazenda. Também no caso da Petrobras, ela procura um nome de respeito, que inspire confiança e seja inacatável, mas não encontra ninguém que aceite o sacrifício. Portanto, da mesma forma como Lula mandou que Dilma aceitasse Joaquim Levy, que estava no terceiro escalão do Bradesco, agora ele vai indicar o novo presidente da Petrobras.
Ao mesmo tempo, o ex-presidente quer preencher todos os espaços, mudar a direção do PT e criar no partido o que ele intitulou de “gabinete da crise”, embora nem mesmo ele saiba o que seja isso e como funcionaria, é apenas um “factóide”.
O fato que desponta sem a menor dúvida é que Dilma Rousseff naufragou. Quando se pensava que ela enfim iria se consolidar no poder, livrando-se da incômoda e persistente influência de Lula, ocorre justamente o contrário. A criatura se mostra fraca e omissa, o criador agradece e retoma o poder.
Mas a realidade é dura. Por mais que Lula tente consertar as coisas, a situação já fugiu inteiramente ao controle, o prestígio do governo junto à opinião pública independente, digamos assim, já é zero. A grande imprensa mostra um governo em ruínas, em meio a uma gravíssima crise econômica e moral. O governo só é defendido pelos sites e blogs sustentados pela máquina federal, via Petrobras (olha ela aí de novo!), Banco do Brasil e Caixa Econômica. E a tendência é piorar.
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