segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Fenômeno na Espanha inspira descontentes no Brasil
As jornadas de junho de 2013 evidenciaram descontentamento da população brasileira com as instituições e os partidos políticos. Na Espanha, movimento semelhante, o do 15-M ou dos Indignados de 2011, culminou três anos depois com a criação do Podemos, partido fenômeno que, com apenas dois meses de vida, conquistou cinco cadeiras no Parlamento Europeu e obteve 1.245.948 milhão de votos. Ao identificar a insatisfação com a corrupção, com a polarização partidária e com os efeitos devastadores da crise econômica, o Podemos se consolidou como a terceira maior força política no país e já inspira grupos e movimentos sociais que enxergam no Brasil os mesmos elementos para tentar emplacar uma nova forma de fazer política.
É o caso do Avante, nome provisório do projeto de partido, ainda em tubo de ensaio, que ativistas de vários movimentos sociais pretendem criar em 2015. Bastante inspirado no exemplo espanhol, o Avante reúne também um grupo de dissidentes da Rede Sustentabilidade, que abandonou o partido que Marina Silva (hoje no PSB) tenta criar desde 2013 ao se desiludir com os rumos tomados pela campanha presidencial, sobretudo com o apoio da ex-senadora, no segundo turno, ao candidato do PSDB, Aécio Neves.
“As pessoas buscam uma alternativa, os reflexos dos movimentos de junho de 2013 ainda estão aí. (…) A Rede seria essa alternativa. Ela se antecipou à isso, teve essa visão. Mas ao apoiar um dos lados na eleição, ao fazer uma campanha tradicional, ela perdeu a possibilidade de atrair esse sentimento, de realmente ser uma outra forma de fazer política”, avalia o historiador e escritor Célio Turino, que foi porta-voz da Rede em São Paulo e que foi um dos 7 dos 12 membros da Executiva paulista a deixar o sigla depois das eleições. “Estamos estudando muito a experiência espanhola, principalmente esse modelo cidadanista, horizontal, baseado no tripé do bem viver, do bem comum e do ecossocialismo. O Brasil precisa de uma reaproximação das pessoas com o poder, existe um vazio a ser ocupado”, disse.
Ainda em fase embrionária, o Avante reúne pessoas de vários Estados do Brasil, sendo um “bom tanto” de ex-militantes da Rede, além de dissidentes de partidos como o próprio PT, o PSOL e o PCdoB, e ativistas ligados aos movimentos de defesa dos indígenas, da luta dos garis do Rio de Janeiro, de movimentos culturais, de direitos humanos, entre outros. A ideia é conseguir obter o registro do partido no primeiro semestre de 2015.
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