Enquanto indicadores da região mostram recuo, índice brasileiro melhora, segundo relatório Ifo-FGV. Porém, país não tem motivos para comemorar, já que economia se deteriora e não há sinais de melhora.
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina – que
mede o sentimento de especialistas em relação à economia – recuou 4,8% entre
julho e outubro e passou de 84 para 80 pontos. O índice mundial, que havia
melhorado entre abril e julho, caiu 14% no mesmo período.
O estudo, elaborado em parceria entre o instituto de
pesquisas econômicas Ifo, de Munique, e a FGV, mostrou que o Brasil seguiu na
contramão e registrou uma pequena alta do ICE de 55 para 57 pontos. A melhora
foi puxada pelo Índice de Expectativa (IE), que subiu de 68 para 84 pontos. A
sondagem, divulgada na quinta-feira (13/11), foi realizada em outubro.
Para a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia
(IBRE) da FGV, Lia Valls Pereira, o Brasil, porém, continua ainda numa zona
desfavorável desde janeiro de 2014. A alta, segundo ela, não significa uma
tendência positiva, já que, em todos os indicadores avaliados, o Brasil
permanece abaixo da marca de cem pontos.
"Somente dois pontos de alta num mês marcado pelas
eleições presidenciais não é um sinal positivo. Essa melhora não significa
muito", diz Valls Pereira. "É importante citar que houve a queda de
29%, de 42 para 30 pontos, do Indicador da Situação Atual (ISA), que é um dos
componentes do ICE."
O economista Gernot Nerb, do Ifo, diz que a situação
econômica brasileira continua se deteriorando no quarto trimestre. Para ele, a
avaliação mais recente mostra que é a pior situação nos últimos 15 anos. E as
expectativas para os próximos seis meses não sinalizam ainda melhora no clima
econômico do país.
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