Uma das chaves do sucesso de Lula é a coragem de dizer o que
lhe apetece – às favas a verdade.
Qual Lula é o verdadeiro?
O bem educado que aparece no programa de propaganda
eleitoral de Dilma na televisão, defende os 12 anos de governos do PT e, ao
cabo, sorridente, pede votos para reeleger sua sucessora?
Ou o moleque de rua que pontifica em comícios país a fora,
sugerindo, sem ter coragem de afirmar diretamente, que Aécio é capaz, sim, de
dirigir embriagado, agredir mulheres e se drogar?
O segundo é o mais próximo do verdadeiro Lula. Digo por que
o conheço desde quando era líder sindical. Lula é uma metamorfose ambulante.
Não foi ninguém quem o disse, foi ele quem se rotulou assim.
A esquerda tudo perdoaria a Lula desde que chegasse ao
poder. Chegou, cavalgando-o. Uma vez lá, se corrompeu. Quanto a ele... Não
sabia de nada. Nunca soube.
Justiça seja feita a Lula: por desconhecimento de causa e
preguiça, ele jamais compartilhou as ideias da esquerda. Assim como ela se
aproveitou dele, Lula se aproveitou dela. Um casamento não por amor, mas por
interesse.
Na primeira reunião ministerial do seu governo em 2003, Lula
se irritou com um ministro e desabafou: “Toda vez que me guiei pela esquerda me
dei mal”.
Retifico: ele não disse que se deu mal. Usou um palavrão.
Nada demais para o sujeito desbocado que nunca pesou o que diz. Grossura nada
tem a ver com infância pobre.
Lula é um sucesso do jeito que é. Mudar, por quê? Todos
admiram sua astúcia. Muitos se curvam à sua sabedoria. E outros tantos temem
ser apontados como desafetos do retirante nordestino que se deu bem.
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