No Brasil, os filhos da classe C já não querem ser vistos nem tratados como pobres
As simplificações são sempre errôneas, assim como as
dicotomias. Também nestas eleições. Por exemplo, é uma simplificação dizer que
Dilma é Lula ou que Aécio é Fernando Henrique.
Se a Presidenta candidata Dilma fosse Lula, provavelmente
teria sido eleita no primeiro turno. O PT sabia muito bem disso ao proclamar o
“Volta Lula”.
Aécio também não é Fernando Henrique. Se fosse, não teria
chegado ao segundo turno já que, no inconsciente coletivo, o sociólogo do PSDB
sofre, ainda que injustamente, muito mais rejeição que o ex-senador mineiro.
Não só as simplificações costumam estar erradas, como também
as dicotomias. Exemplo disso é a divisão do país entre ricos e pobres. O PT
seria o partido dos pobres e o PSDB o dos ricos. Acontece que nunca os ricos
foram tão ricos, nem os banqueiros e empresários ganharam tanto neste país como
nos 12 anos de governo do PT. Por outro lado, as primeiras reformas sociais
desde o Bolsa Escola até a revolução no ensino que colocou 90% das crianças nas
salas de aula, metade das quais trabalhavam sem poder estudar, foram obra do
PSDB.
Sem a revolução monetária realizada pelo partido de Fernando
Henrique, que acabou com o drama da inflação, Lula e Dilma não teriam podido
concretizar sua outra revolução: a de colocar milhões de trabalhadores pobres
no mundo do consumo e, desse modo, superar a grave crise mundial de 2008.
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