sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nem Dilma é Lula, nem Aécio é FHC


No Brasil, os filhos da classe C já não querem ser vistos nem tratados como pobres
As simplificações são sempre errôneas, assim como as dicotomias. Também nestas eleições. Por exemplo, é uma simplificação dizer que Dilma é Lula ou que Aécio é Fernando Henrique.

Se a Presidenta candidata Dilma fosse Lula, provavelmente teria sido eleita no primeiro turno. O PT sabia muito bem disso ao proclamar o “Volta Lula”.

Aécio também não é Fernando Henrique. Se fosse, não teria chegado ao segundo turno já que, no inconsciente coletivo, o sociólogo do PSDB sofre, ainda que injustamente, muito mais rejeição que o ex-senador mineiro.

Não só as simplificações costumam estar erradas, como também as dicotomias. Exemplo disso é a divisão do país entre ricos e pobres. O PT seria o partido dos pobres e o PSDB o dos ricos. Acontece que nunca os ricos foram tão ricos, nem os banqueiros e empresários ganharam tanto neste país como nos 12 anos de governo do PT. Por outro lado, as primeiras reformas sociais desde o Bolsa Escola até a revolução no ensino que colocou 90% das crianças nas salas de aula, metade das quais trabalhavam sem poder estudar, foram obra do PSDB.

Sem a revolução monetária realizada pelo partido de Fernando Henrique, que acabou com o drama da inflação, Lula e Dilma não teriam podido concretizar sua outra revolução: a de colocar milhões de trabalhadores pobres no mundo do consumo e, desse modo, superar a grave crise mundial de 2008.


Nenhum comentário:

Postar um comentário