domingo, 12 de outubro de 2014

Lula de nada sabia. Nem Dilma


É possível que Paulo Roberto e Yousseff tenham mentido à Justiça. Provável, porém, não é.

No caso do mensalão, nenhum dos acusados disse à Justiça que Lula sabia da existência do esquema de pagamento de propinas a deputados federais para que votassem no Congresso como o governo mandava.

Com o processo adiantado, e tendo perdido a esperança de ser salvo pelo PT, o ex-publicitário Marcos Valério, um dos operadores do mensalão, afirmou que Lula sabia, sim, da existência do esquema.

Mas já era tarde. De resto, Valério não apresentou sequer indícios convincentes para sustentar o que dizia. A Justiça também não se mostrou interessada em investigar a participação de Lula no escândalo.

No caso da roubalheira na Petrobras para financiar políticos e partidos, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da empresa, e o doleiro Alberto Youssef revelaram indiretamente que Lula sabia de tudo. Ou de quase tudo.

Lula cedeu à pressão de políticos para entregar-lhes diretorias da Petrobras, segundo Paulo Roberto. Foi assim que ele, por indicação do PP, acabou na diretoria de Abastecimento. Lula chamava Paulo Roberto de Paulinho.
Algum ingênuo poderá alegar que Lula jamais imaginou que Paulo Roberto ou qualquer outro diretor patrocinado por partidos teria como uma de suas missões roubar e deixar que roubassem. Santa ingenuidade.

O que ambiciona um partido ao emplacar um ocupante de cargo na administração pública? Conseguir por meio de ele colaborar com o presidente da República? Provar que dispõe de bons quadrados? Empregar alguém?
Na melhor das hipóteses, na mais sadia das hipóteses, contar com alguém no governo para arrancar de fornecedores doações capazes de fazer face a despesas de campanhas. O famoso Caixa 2.

Nenhum comentário:

Postar um comentário