É possível que Paulo Roberto e Yousseff tenham mentido à
Justiça. Provável, porém, não é.
No caso do mensalão, nenhum dos acusados disse à Justiça que
Lula sabia da existência do esquema de pagamento de propinas a deputados
federais para que votassem no Congresso como o governo mandava.
Com o processo adiantado, e tendo perdido a esperança de ser
salvo pelo PT, o ex-publicitário Marcos Valério, um dos operadores do mensalão,
afirmou que Lula sabia, sim, da existência do esquema.
Mas já era tarde. De resto, Valério não apresentou sequer
indícios convincentes para sustentar o que dizia. A Justiça também não se
mostrou interessada em investigar a participação de Lula no escândalo.
No caso da roubalheira na Petrobras para financiar políticos
e partidos, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da empresa, e o
doleiro Alberto Youssef revelaram indiretamente que Lula sabia de tudo. Ou de
quase tudo.
Lula cedeu à pressão de políticos para entregar-lhes
diretorias da Petrobras, segundo Paulo Roberto. Foi assim que ele, por
indicação do PP, acabou na diretoria de Abastecimento. Lula chamava Paulo
Roberto de Paulinho.
Algum ingênuo poderá alegar que Lula jamais imaginou que
Paulo Roberto ou qualquer outro diretor patrocinado por partidos teria como uma
de suas missões roubar e deixar que roubassem. Santa ingenuidade.
O que ambiciona um partido ao emplacar um ocupante de cargo
na administração pública? Conseguir por meio de ele colaborar com o presidente
da República? Provar que dispõe de bons quadrados? Empregar alguém?
Na melhor das hipóteses, na mais sadia das hipóteses, contar
com alguém no governo para arrancar de fornecedores doações capazes de fazer
face a despesas de campanhas. O famoso Caixa 2.
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