PT se quis exemplar e jogou na roleta da corrupção seu
capital ético, do qual nada sobrou. Vive dos dividendos de suas políticas
sociais
Foi cara a cara, longe do país das maravilhas com que o PT
bombardeou o Brasil na propaganda eleitoral, que Aécio Neves enfrentou Dilma
Rousseff. É possível que esses poucos minutos do último debate na Globo tenham
mudado a história do Brasil. A inesperada votação de Aécio não é alheia à
maneira como ele quebrou o gesso dos marqueteiros e, descontraído,
desestabilizou Dilma, que sobraçava um calhamaço de colas e procurava respostas
nos manuais de João Santana.
Foi também no cara a cara que Luciana Genro pôde explicar a
Levy Fidelix que a homofobia deveria ser crime pois, se já fosse, ele sairia
dali algemado. O contraste entre a intensidade do debate e a propaganda
pré-fabricada mostrou o quanto, sendo enganosa, ela distorce a democracia.
Moral da história, quanto menos marqueteiro mais verdade, quanto mais verdade
mais democracia. O debate cara a cara decidirá a eleição.
Marina não estará lá. Apesar de derrotada, é uma presença
incontornável. Se não conseguiu, literalmente do dia para a noite, improvisar
uma candidatura à Presidência, se teve que gastar seus parcos minutos na
televisão apenas para se defender de ataques, nem por isso deixou de ter
plantado suas sementes. Dilma não contará com o seu apoio. Está colhendo os
frutos do veneno que sua campanha destilou.
É cara a cara que o PT deverá ouvir que mente quando só fala dos seus sucessos, não aceita críticas e desqualifica os adversários. A mentira está inscrita no autoritarismo dos que falam em nome do povo, arvoram-se em seus defensores enquanto se autoabsolvem de crimes comuns como o desvio de dinheiro público. A mentira foi, desde que o PT assumiu o poder, um instrumento de governo.
O PT mente quando quer controlar a mídia porque a teme — e a teme porque ela diz que ele mente — mas diz que o faz porque ela é “parcial” ou “vendida”. Parcial é o jornalista que discorda do seu modo de governar ou investiga suas transações.
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