quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Entenderá Dilma a mensagem?

Os eleitores deram uma segunda oportunidade a Dilma. Será a presidenta capaz de encarnar a mudança da mudança? Terá entendido a mensagem desta vez?
 “Entendi a mensagem”, afirmou Felipe González na noite de sua última vitória eleitoral em 1993. Os socialistas espanhóis tinham vencido por uma pequena diferença depois de uma campanha marcada por distintos casos de corrupção e cujo principal argumento foi insuflar o medo do retorno da direita. Mas o propósito de emenda não pôde evitar uma tendência negativa de desgaste e, em três anos, o PSOE perdia o Governo em eleições antecipadas.

No Brasil, o agônico triunfo e reeleição de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), descontando-se as diferenças, guarda semelhanças com aquela experiência. Na noite de domingo, Dilma prometeu ser “uma presidenta melhor do que até agora”, depois de uma campanha agressiva, apoiada na divisão social e étnica – pobres contra ricos, negros contra brancos, centros urbanos contra zonas rurais, sul contra norte, esquerda contra direita – salpicada por acusações de corrupção. 

Ganhou, com a imprescindível ajuda do carisma de Lula, por apenas três milhões de votos em um país com 146 milhões de cidadãos com direito a sufrágio, dos quais 50 milhões votaram em seu rival, o liberal Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Depois dos protestos de junho de 2013, a presidenta prometeu reformas

As eleições configuraram um Brasil dividido em duas metades, mas é preciso destacar que o pleito demonstrou a solidez da democracia brasileira e levar em consideração que, embora a presidenta tenha de se esforçar para reconciliar os brasileiros, a polarização política atual é muito menor que em outros países da região e não existe tradição de enfrentamento nem na história do país, nem no temperamento de seus cidadãos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário