Em uma das mais mistificadoras campanhas dos últimos tempos,
a máquina publicitária e corruptora do PT e aliados espalhou boatos de que
Aécio acabaria com os programas sociais (em grande parte criados pelo próprio
PSDB!) e Marina seria a expressão dos interesses dos banqueiros, tendo nas mãos,
com a independência do Banco Central, a bomba atômica para devastar os
interesses populares. Por mais ridículas, falsas e primárias que sejam as
imagens criadas (também eram simplificadoras as imagens do regime nazista ou do
estalinista para definir os “inimigos”), elas fizeram estragos no campo
opositor.
A guerra de acusações descabidas escondeu o tempo todo o que
a candidata à reeleição deixou claro nos últimos dias: suas distorções
ideológicas. Fugindo aos scripts dos marqueteiros, que a pintam como uma
risonha e bonachona mãe de família, e do PAC, a presidenta vem reafirmando
arrogantemente que tudo que fez foi certo; se algo deu errado foi, como diria
Brizola, por conta das “perdas internacionais”. Mais ainda, disse com convicção
espantosa ser melhor dialogar com os degoladores de cabeças inocentes do que
fazer-lhes a guerra, coisa que só os “bárbaros” ocidentais pensam ser
necessária.
E o que é isso: socialismo? populismo? Não: capitalismo de
estado, sob controle de um partido (ou do chefe do Estado). Um governo
regulamentador, soberbo diante da sociedade, descrente do papel da opinião
pública (“não é função da imprensa investigar”, outra pérola dita recentemente
por Dilma), com apetite para cooptar o que seja necessário, desde empresários
“campeões nacionais” até partidos sedentos de um lugar no coração do governo.
Algo parecido com o que o lema do velho PRI mexicano expressava: fora do
orçamento, não há salvação; nem para as empresas, nem para os partidos, nem
para os sindicatos, para ninguém. Crony capitalism, dizem os americanos.
Capitalismo para a companheirada, diríamos nós.
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