No novo mandato de Dilma Rousseff, o país enfrenta o desafio da modernização. Seria bom apostar nos talentos mais jovens e atender as expectativas de uma geração que exige um futuro melhor
Brasil e América Latina estão novamente numa encruzilhada. A
região inteira está se despedindo de uma belle époque, um tempo de altas taxas
de crescimento impulsionadas pelo empurrão das matérias primas. Com a
irrupção da China no xadrez mundial, no início dos anos 2000, a América Latina
viveu uma bonança sem precedentes. Esse motor está parando. O efeito do conto
chinês ainda se mantém. Mas estamos vendo o fim de uma época. Como em “O Mundo
que Eu Vi”, aquele canto de cisne escrito por Stefan Zweig no Brasil, toda a
região deve despedir-se dos velhos tempos que passaram. E não voltarão.
As eleições brasileiras, que terminaram com a apertada
reeleição de Dilma Rousseff, reforçam uma virada na região. Em todos os países
– inclusive no sempre exemplar Chile – vê-se uma economia política da
impaciência. Os jovens, que estão entrando no mercado de trabalho, pedem
melhores condições e as classes médias, que se fortaleceram com a bonança,
pedem melhores serviços públicos, mais e melhor educação, saúde,
transporte. Os protestos de rua vistos nos últimos meses em Santiago, São
Paulo e Lima têm uma mesma matriz, uma crescente demanda por melhor
redistribuição das riquezas das nações.
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