Se o esquema irrigou tantos companheiros nos últimos 12 anos, imagine no pré-sal. Ninguém mais vai precisar trabalhar
Só pode ser. O espetáculo da orgia na maior empresa
brasileira chegou ao auge com a delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto
Costa. Em ação raríssima entre os oprimidos profissionais, o réu decidiu abrir
o bico. Talvez tenha aprendido com a maldição de Valério — que demorou a soltar
a língua, e de repente a quadrilha (desculpe, ministro Barroso) já estava em
cana. E seu silêncio não valia mais nada. Diferentemente do operador do
mensalão, o despachante do petrolão não quer mofar. E saiu entregando os
comparsas.
Apontou duas outras diretorias da Petrobras como centrais da
tramoia, dando os nomes dos seus titulares — indicados, que surpresa, pela
cúpula do PT. Isso em plena corrida presidencial. Então a candidata petista
está ferida de morte, concluiria um marciano recém-chegado à Terra. Não, senhor
marciano: após o vazamento da delação, a candidata do PT subiu nas pesquisas.
Ora, não resta outra conclusão possível: o eleitor quer
entrar na farra do petrolão. Está vendo quantos aliados de Dilma encheram os
bolsos com o duto aberto na Petrobras, e deve estar achando que alguma hora vai
sobrar um qualquer para ele. É compreensível. Se o esquema irrigou tantos companheiros
nos últimos 12 anos, imagine quando a prospecção chegar ao pré-sal. Ninguém
mais vai precisar trabalhar (a não ser os reacionários que não cultivarem as
relações certas).
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