Não usar a riqueza do pré-sal seria uma estupidez, usá-la
para iludir a Nação é uma indecência. As estimativas para as reservas do
pré-sal podem não ser exatas, mas não são mitos, são resultados de pesquisas
geológicas; a exploração na sua profundidade não é um mito, a engenharia dispõe
de ferramentas; a crença de que pode ser feita sem riscos para a ecologia não é
um mito, embora haja exemplos de vazamentos em campos similares; a expectativa
de que a demanda e os preços continuarão altos não é um mito, apesar das novas
fontes.
Mito, contudo, é a afirmação de que o pré-sal mudará a realidade
brasileira.
Se tudo der certo, em 2036 a receita líquida prevista do
setor petrolífero corresponderá a R$ 100 bilhões, aproximadamente R$ 448 por
brasileiro, quando a renda per capita será de R$ 27,8 mil, estimando
crescimento de 2% ao ano para o PIB. Apesar da dimensão da sua riqueza, o
pré-sal não terá o impacto que o governo tenta passar. Explorá-lo é correto,
concentrar sua receita na educação é ainda mais correto, mas é indecente usar o
pré-sal como uma ilusão para enganar a Nação e como mecanismo para justificar o
adiamento de investimentos em educação.
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