quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Política dá dinheiro


Um dos melhores negócios do mercado brasileiro é ser dono de partido político. Convive-se com 32 deles, dos quais duas dezenas têm bancadas no Congresso. Na essência, diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se transformaram num “agregado de pessoas que querem um pedacinho do orçamento”.

Partido político no Brasil se tornou ativo financeiro de alto retorno, sem risco e com recursos públicos garantidos por lei, elaborada e votada pelos próprios interessados.

Em ano de eleição, as doações de empresas representam cerca de 60% das receitas declaradas, mas é do orçamento federal que sai o financiamento das despesas regulares da estrutura e da propaganda partidária (o horário eleitoral gratuito só é gratuito para partidos e candidatos, quem paga a conta é o público, telespectador ou não, via isenção fiscal).

Nunca os partidos brasileiros receberam tanto dinheiro público como neste ano: R$ 313,4 milhões, dos quais 57% já repassados.

O Fundo de Assistência Financeira, que sustenta as máquinas partidárias, aumentou 184,5% nos últimos dez anos. Seu valor nesse período subiu em ritmo muito acima da inflação, da correção da poupança e do salário mínimo, da valorização da Bolsa de Valores (Ibovespa) e do Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Os contribuintes vão pagar, além disso, mais R$ 600 milhões como compensação fiscal às emissoras de rádio e televisão pelo horário de propaganda eleitoral.

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