Se, no plano individual, estar aberto à opinião do outro,
não para aceitá-la cegamente, mas para servir de contraponto às nossas crenças,
é necessário, no plano coletivo mais se faz imprescindível o estabelecimento do
diálogo. A democracia, que, como disse um estadista, é das formas de governo a
menos pior entre todas as que já foram tentadas, exige de nós a humildade de
aceitar que, nossa opinião, por mais que a prezemos e a consideremos a mais
sensata, a mais correta, a mais inteligente, é apenas mais uma num universo de
pensamentos, o mais das vezes bastante divergentes do nosso.
Se queremos construir uma verdadeira democracia, é
obrigatório que defendamos o direito de todos se manifestarem publicamente,
sejam quais forem seus pontos de vista. Mas, para que isso se efetive de
verdade, temos antes que aprender a ouvir o outro, a ser tolerantes com ideias
que divirjam das nossas. Coisa que, infelizmente, nesse momento, não temos
sabido fazer.
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