terça-feira, 17 de junho de 2014

A Copa ou o cálice da amargura


"O problema parece muito complicado, mas no fundo é muito simples: não há bala nem exército capazes de deter as vontades do povo"  
O ministro do Esporte brasileiro, Aldo Rebelo, disse que Dilma Rousseff não iria à abertura da Copa do Mundo. E a presidenta, mostrando ter uma mente aberta, que está incluída em seu salário, foi e ouviu o apito que deu início ao jogo entre Brasil e Croácia. E escutou também as vaias e xingamentos para os quais já estava preparada porque costumam acompanhar a comitiva presidencial.
São Paulo é como Madri e é também como qualquer outro lugar do mundo. O problema parece muito complicado, mas no fundo é muito simples: não há bala nem exército capazes de deter as vontades do povo.
Por isso, o que revelam as imagens do Exército nas ruas, seja ao vivo ou pela televisão, é que, na era do Twitter, os que têm medo são os uniformizados, representantes de uma ordem já insustentável porque a semente da desordem vem da desigualdade. Os incidentes do Rio, de São Paulo, Madri, Barcelona ou Paris não são lamentáveis; o que é lamentável é a linguagem, porque as promessas já ficaram para trás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário