"O problema parece muito complicado, mas no fundo é muito simples: não há bala nem exército capazes de deter as vontades do povo"O ministro do Esporte brasileiro, Aldo Rebelo, disse que Dilma Rousseff não iria à abertura da Copa do Mundo. E a presidenta, mostrando ter uma mente aberta, que está incluída em seu salário, foi e ouviu o apito que deu início ao jogo entre Brasil e Croácia. E escutou também as vaias e xingamentos para os quais já estava preparada porque costumam acompanhar a comitiva presidencial.
São Paulo é como Madri e é também como qualquer outro lugar
do mundo. O problema parece muito complicado, mas no fundo é muito simples: não
há bala nem exército capazes de deter as vontades do povo.
Por isso, o que revelam as imagens do Exército nas ruas,
seja ao vivo ou pela televisão, é que, na era do Twitter, os que têm medo são
os uniformizados, representantes de uma ordem já insustentável porque a semente
da desordem vem da desigualdade. Os incidentes do Rio, de São Paulo, Madri,
Barcelona ou Paris não são lamentáveis; o que é lamentável é a linguagem,
porque as promessas já ficaram para trás.
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