Jornalismo, hoje, está mais próximo de entretenimento do que jamais esteve porque não soube se reinventar como negócio desde que surgiu a internet. Vive uma crise de identidade mal resolvida.
Imaginou-se que a internet, dando voz a todos, tornaria a comunicação mais democrática. Essa pode ter sido a intenção inicial dos seus criadores, mas não foi o que aconteceu, infelizmente.
São as bolhas que mandam no espaço digital, e o jornalismo curvou-se aos seus ditames. Acabar com o monopólio da informação não seria tão mal se o jornalismo, tal como o conhecíamos, perdurasse.
Era notícia antigamente só aquilo que os jornalistas achavam que era, sem levar necessariamente em conta a opinião dos leitores. Hoje, o interesse do público suplanta de longe o interesse público.
Uma coisa é diferente da outra. Interesse público é tudo aquilo que deva interessar ao público mesmo que ele não saiba. Interesse do público, só aquilo que ele sabe que lhe interessa.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, do contrário o jornalismo se descaracteriza, abrindo mão de valores fundamentais, tais como a busca da verdade, a veracidade e a precisão das informações.
Que sociedade poderá evoluir sem quem lhe reporte os fatos e o que eles significam ou escondem? Opinião só não basta. E em um mundo cada vez mais polarizado, cada um tem a sua e não escuta outras.
Como tomar decisões acertadas com base apenas em opiniões que se quer ouvir? Dessa forma, como a democracia, o menos imperfeito dos regimes políticos já inventados, será capaz de prevalecer?
A morte do jornalismo só interessa aos que não prezam a liberdade.
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