A história do último século oscilou entre políticas econômicas sem sensibilidade social e políticas sociais sem conhecimento das regras da economia. Tivemos milagres econômicos que logo esbarraram na desigualdade como a riqueza se distribuía, na falta de educação de base, no transporte público caótico, na sua saúde e moradia precárias. Também tivemos momentos de políticas sociais que esbarram na falta de eficiência econômica levando a inflação, juros altos, endividamento, depredação ecológica.
Sem sensibilidade social, tivemos governos que não aumentaram o salário mínimo, mesmo quando a riqueza crescia, outros que sem conhecimento econômico propõem aumenta-lo mesmo sem base econômica que permita sem a ilusão de inflação. Há relação da sociedade com a economia que exige sensibilidade social, mas também respeito a certas regras econômicas.
Sem distribuir renda nem investir no social, a sociedade se desagrega e a economia quebra por demanda limitada, por violência, por desequilíbrio ecológico, baixa produtividade, insatisfação. Distribuindo sem considerar limites nem restrições a economia e os benefícios sociais são devastados pela inflação, pela ineficiência, pelos desequilíbrios. A sociedade justa e a economia precisam estar casadas pela responsabilidade política usando a variável tempo para realizar seus propósitos nos prazos possíveis, sem abandonar a eficiência econômica nem os propósitos sociais: sem negativismo social nem econômico, com sensibilidade social e conhecimento científico. Negar os limites definidos pela ciência econômica pode matar ainda mais e por mais tempo do que negar vacina para lidar com a epidemia. Negar a tragédia social é uma forma de genocídio tão grave quanto ignorar a epidemia.
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