A PRF, por exemplo, resolveu liberar uma nuvem de fumaça sobre o caso Genivaldo de Jesus Santos, o homem negro morto por asfixia e insuficiência respiratória na espécie de câmara de gás improvisada numa viatura em Sergipe. Acionada por meio da Lei de Acesso à Informação, a corporação impôs sigilo secular sobre os processos administrativos que investigam a conduta dos agentes envolvidos.
No Rio, a vereadora Benny Briolly denunciou nova ameaça de morte, segundo ela "desta vez enviada do e-mail oficial do gabinete do deputado estadual Rodrigo Amorim". Foi registrada ocorrência por racismo e transfobia contra o parlamentar. "É um atentado ao meu corpo e à democracia. Sou travesti eleita pelo povo dentro dos marcos da Constituição", disse Benny.
E, em meio ao alvoroço causado pela decretação da prisão preventiva do ex-ministro Milton Ribeiro e de quatro envolvidos no escândalo de corrupção no MEC, a denúncia do delegado federal Bruno Calandrini de que "houve interferência na condução da investigação", com prejuízo aos trabalhos, elevou o grau da fervura. Embora a manifestação tenha sido inicialmente categorizada pela PF como "boato", a interceptação de ligação telefônica na qual o ex-ministro revela ter sido prevenido sobre possível operação de busca e apreensão determinou a escalada do caso.
Quando a finalidade dos agentes do Estado é desvirtuada, forças de segurança se tornam matriz de violência contra o cidadão, deixando de proteger; prerrogativas básicas são descumpridas; e decisões passam a ser tomadas com parcialidade. Nesses casos, a repressão passa a responder a impulsos contrários ao interesse público, em prejuízo da defesa de direitos e garantias fundamentais e do Estado democrático de Direito. Como diz o ditado: nada é tão ruim que não possa piorar.
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