Em novo recorde, o mundo ultrapassa 1,7 milhão de casos da Covid-19 em 24 horas. Consultas dobram na rede de Saúde de São Paulo com aumento nos diagnósticos de covid e influenza. E embora tenham caído os casos de gripe no Rio, os de covid sobem logo quando turistas lotam a cidade à espera do novo ano.
De férias enquanto chuvas torrenciais matam e desalojam milhares de pessoas, Bolsonaro deu por encerrado o diálogo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segundo ele, é “impossível” entender-se com o almirante Antônio Barra Torres, presidente da Agência, um defensor da vacinação dos pequenos.
Diálogo, para Bolsonaro, significa: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Esquece que Barra Torres, assim como ele, tem mandato e não pode ser demitido. O almirante tem juízo também, e aprendeu na caserna que ordens absurdas não se cumprem. De resto, mais de 90% dos brasileiros são a favor da vacina.
Em sua última live do pior ano de nossas vidas, Bolsonaro retomou temas que lhe são caros. Disse que seu governo, contra todas as evidências, é impermeável à corrupção. Afirmou que propagar notícias falsas é exercício de liberdade de opinião. E novamente lançou dúvidas sobre a segurança do voto eletrônico.
Justificou-se por não ir à Bahia ver os estragos produzidos pelas inundações: a despesa com o deslocamento seria pesada demais e acabaria debitada no seu cartão corporativo. Não mencionou que a despesa com suas férias também será. Férias, não. Ele está em campanha para se reeleger com tudo pago pelo distinto público.
Aproveitou a live e anunciou que hoje falará ao país pela televisão. Convidou as pessoas do bem a escutá-lo, e os adversários a recepcioná-lo com um panelaço. Então, por que não lhe dar uma trégua e atender ao seu pedido imbuídos do mais elevado espírito cristão? Que batam forte as panelas, e demoradamente!
Feliz Ano Novo para todos – menos para Bolsonaro.
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