Se a Coronavac não tem eficiência comprovada conforme o presidente Jair Bolsonaro disse três vezes só nesta semana, e outras tantas desde o final do ano passado, como o Ministério da Saúde do já distribuiu até agora 101 milhões de doses?
Isso não configura crime – dele por desacreditar a vacina, e do Ministério da Saúde por distribuí-la? Não é o caso de repetir o que o planeta Terra sabe: Bolsonaro é um mentiroso compulsivo, mas de ele ser punido pelas mortes dos que acreditam em sua palavra.
Há comprovação científica de que a vacina funciona – entre elas, a imunização com sucesso de mais de um bilhão de pessoas na China, o país mais populoso do mundo, e de milhões no Chile e em outros lugares. Ou então aqui mesmo no Brasil.
Logo, quando Bolsonaro sabota a Coronavac, porque foi João Doria (PSDB), governador de São Paulo, que a adotou e o Instituto Butantan que a produz, está longe de tratar-se de mera questão de opinião como ele dirá um dia se for processado por isso.
Bolsonaro sempre disse que não haveria o que fazer no combate à pandemia, que o brasileiro é tão resistente que é capaz de meter-se num buraco lamacento e sair de lá com saúde, e que morreriam afinal os que tivessem de morrer. “Não sou coveiro”, lembra?
Patrocinou o tratamento precoce, à base de cloroquina e outras drogas ineficazes, sabendo que era uma fraude. Se não sabia à época, sabe agora. E se sabe, por que insiste em defendê-lo como fez em Nova Iorque na abertura da Assembleia Geral da ONU?
Em sua live semanal na última quinta-feira, ele afirmou que não erra e que nunca errou. Se admitisse erros, abriria brecha para que lhe perguntassem que erros foram, e se o tratamento precoce e o atraso na compra de vacinas não foram alguns deles.
É um criminoso confesso, que no exercício do cargo não pode ser processado, mas que poderia ser impedido de continuar desgovernando o país. Isso não acontecerá porque falte povo na rua a gritar “fora, Bolsonaro” – povo há de sobra, e haverá mais.
Falta na Câmara dos Deputados, comprada por meio de emendas ao Orçamento, cargos no governo e outros expedientes sujos, uma maioria que de fato represente o povo.
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