À distancia , de Salvador, a primeira reação do jornalista – ao ver o capitão e seu séquito de governo descer do animal e, sair, sem máscara e em completo desrespeito às recomendações médicas e da ciência, abraçando, beijando e fazendo selfies com adeptos na manifestação contra a CPI da Covid , os membros do Supremo Tribunal Federal e os adversários, em especial o ex-presidente Lula, a quem volta a chamar de “ladrão de nove dedos” e “o maior canalha da história do Brasil” – é pensar na antológica composição do grande compositor baiano, Batatinha, “Todo mundo vai ao Circo”.
Que diz: “Todo mundo vai ao circo, menos eu, menos eu… A minha vida é um circo, sou acrobata na marra, só não posso é ser palhaço, senão eu fico sem graça”. Grande e saudoso Batata!
Mas observo um pouco mais: “Patacoada”, imagino escreveria o imortal alagoano, Graciliano Ramos, ao ver o capitão presidente, no centro de Brasília, acompanhado dos ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, Tereza Cristina, da Agricultura, e Gilson Machado, Turismo, e Tarcísio Gomes, da infraestrutura. E mandar descer metade das pessoas pessoas que estavam no trio elétrico para que ele e seus membro do primeiro escalão subissem no veículo, para saudar os presentes. De cima do trio, comunicou, sob aplausos ruralistas e adeptos, que está, “cada vez mais, legalizando armas no Brasil. Nenhuma palavra sobre vacinas nem sobre o clamoroso horror da mortandade pela covid no País. Depois, pasmem, sobrevoou o protesto em um helicóptero do Exército.
No fim, lembro do poema “Gaúcho”, de Ascenso Ferreira, o notável pernambucano nascido na Paraíba:
Riscando os cavalos!
Tinindo as esporas!
Través das coxilhas!
Sai de meus pagos em louca arrancada!
— Pra quê?
— Pra nada!
Vitor Hugo Soares
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