Por trás da faixa
Neste governo teremos uma espécie de “Pentágono à brasileira” que estabelecerá as possibilidades de ação política do Estado. Os militares assumem o controle de informações que produzirão efeitos na política, e também o controle dos orçamentos que a política executa. Mas isso deve ser feito com um controle que “roda em segundo plano”. Não creio que esse protagonismo militar que estamos vendo agora se pretenda eterno; se isso acontecer é porque está dando errado. Os militares perdem se ficarem expostos.
(...) Para que a "máquina" funcione como querem, é preciso haver a crença de que as instituições são fortes, que existam “freios e contrapesos”, e que somos uma democracia. Podemos ver isso agora, ao notar que algumas das instituições seguem uma espécie de roteiro, agindo reflexivamente em relação a Bolsonaro. Os militares do Planalto ficam no meio disso como chaves comutadoras, ou seja, operando o controle dessa narrativa, oscilando entre um lado e outro, e às vezes emitindo sinais contraditórios para ambos os lados
Piero Leirner, antropólogo pesquisador das Forças Armadas e professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar)
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