Nesta segunda-feira, o secretário de Estado americano Mike Pompeo discursou sobre política externa na Universidade de Louisville, em Kentucky. A alturas tantas, reiterou que Havana e Caracas tentam se apropriar do asfalto no Chile, Colômbia, Equador e Bolívia. Prometeu o apoio de Washington para quem quiser deter a perturbação.
Pompeo declarou: "Nós, no governo Trump, continuaremos a apoiar países que tentam evitar que Cuba e Venezuela se apropriem desses protestos e vamos trabalhar com os (governos) legítimos para impedir que protestos se transformem em distúrbios e violência que não refletem a vontade democrática do povo".
Faltou explicar de onde as ditaduras decadentes de Cuba e Venezuela retiram força e dinheiro para trazer as ruas do continente na coleira. Faltou definir "distúrbios". Por último, faltou explicar de quantos calibres será o apoio da Casa Branca aos aliados pobres.
Depois que o Zero Três Eduardo Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes esgrimiram o AI-5 contra o asfalto, o risco é o capitão elogiar a preocupação de Trump em ajudar os parceiros e aceitar preventivamente a mão estendida. As ruas brasileiras ainda estão em casa. Mas o seguro, como se diz, morreu de velho.
Trump demonstrou que não há nada mais perigoso do que ser ajudado pela Casa Branca, hoje em dia. Após prometer apoio para a candidatura do Brasil à OMC, Trump deu uma rasteira em Jair Bolsonaro. Nesta segunda, enquanto Pompeo discursava em Kentucky, seu chefe avisava no Twitter que decidira sobretaxar o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina.
Agora, informa Pompeo, a Casa Branca se dispõe a ensinar o que a América Latina precisa fazer para reprimir os protestos em vez de dar ouvidos a milhões de compatriotas que subordinam suas angústias às conveniências de um par de ditaduras decadentes.
Nesse ritmo, Bolsonaro, além de reconhecer a isenção tática dos Estados Unidos para exercer seu ineditismo na América Latina, acaba pedindo a mão de Trump em casamento.
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