quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Para o bem do pais, Bolsonaro precisa superar o antagonismo à imprensa

Não há dúvida de que ainda não foi superado o clima de antagonismo entre a família Bolsonaro e a grande mídia, que jamais foi simpática a uma possível vitória do candidato do nanico PSL. Desde a campanha, Bolsonaro ameaça cortar as verbas publicitárias. E para a imprensa em geral, o jornalismo não é paixão, funciona mais como balcão de negócios.

Sempre foi assim, desde que o inventor chinês Bi Sheng, por volta de 1040, criou os tipos móveis e a prensa a eles adaptada. Cerca de 500 anos depois, o alemão Johannes Gutenberg apenas aperfeiçoou a invenção, desenvolvendo o processo de produção em massa do tipo móvel, com uso de uma tinta à base de óleo e de uma prensa de madeira inspirada na prensa de parafuso que se usava na agricultura.


Nos dias de hoje, tudo mudou e estamos na era da imprensa virtual, em que jornais e revistas estão indo fazer companhia aos livros. Ou seja, não serão extintos, mas seu espaço na comunicação será cada vez menor, e o faturamento, também.

Não há dúvida de que Bolsonaro começou a vencer esta eleição sem auxílio da mídia, que lhe era hostil. Somente depois do esfaqueamento é que houve uma maior simpatia, a candidatura se fortaleceu via comoção popular e ele liquidou a fatura com facilidade no segundo turno.

O antagonismo voltou a se acirrar com o caso do ex-assessor Fabricio Queiroz, que trabalhou para o clã Bolsonaro e declarou ser um “cara de negócios”, mas depois ficou comprovado serem exclusivamente negócios escusos.

A imprensa colocou o caso na berlinda e a família Bolsonaro reagiu, ameaçando cortar verbas publicitárias e tudo o mais. A meu ver, é uma guerra que não interessa ao país, pois o objetivo da imprensa precisar ser informar com transparência, porque não se pode confiar em informação governamental ou empresarial.

No meu dessa briga, que Bolsonaro pai reacendeu nesta terça-feira, ao dizer que está bem de saúde, mas a “militância maldosa” diz o contrário, é hora de trazer as luzes de Marx sobre a liberdade de imprensa. Em um de seus textos como editor da “Gazeta Renana”, ele escreveu:

“A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais e idealiza suas formas brutas. É a franca confissão do povo a si mesmo, e sabemos que o poder da confissão é o de redimir. A imprensa livre é o espelho intelectual no qual o povo se vê, e a visão de si mesmo é a primeira condição da sabedoria”.

Para o bem do país, é preciso superar a rivalidade entre o governo e a imprensa. Caso contrário, aonde iremos parar? É absolutamente necessário que os dois lados refluam em busca do bem comum, que costuma ser chamado de “interesse público”. Apenas isso. Ms quem se interessa?

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