quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Prefeitos globetrotters

Estranho país este. Em plena crise, com falta de dinheiro para milhões de pessoas na ou à beira da misérias, os prefeitos continuam em suas maratonas turísticas pelo mundo. João Doria, de São Paulo, não se cansa de dar um rolê pelo mundo. Agora Marcelo Crivela é flagrado em Orlando (EUA), paraíso brasileiro na Flórida, em uma de suas inúmeras viagens que já resultaram no recorde de quase três voltas ao mundo em metade do governo. 


A prática não é nova nem mesmo privilégio de prefeitos. Quase todos os políticos e membros dos governos nos mais variados escalões são campeões em milhagens internacionais. Recentemente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, liderou um bonde turístico. A paixão política pelas viagens supera em muito a demagógica paixão pelo país, que só interessa mesmo pelo que pode lhes oferecer.

Esse vírus turístico, "em nome do país", se alastrou de tal maneira pelos canais políticos não de hoje, mas a partir das gestões petistas. Mesmo prefeitinhos de cidades de beira de estrada fazem circuitos turísticos internacionais para angariar investimento internacional, que logicamente nunca chega. Prefeitos em entourage circulam pela China, Espanha, França, Itália, Cuba e outros de bolso cheio do dinheiro público correndo uma pseudo sacolinha para angariar dólares estrangeiros com que possam anunciar o falso grande desenvolvimento.

As viagens em pouco tempo se tornaram uma fonte inesgotável de votos e de desfrutar dos prazeres turísticos com o dinheiro público. Uma das versões do "corruptoduto" nacional que tem abastecido todos os escalões governamentais sedentos de mamar nas tetas da esquálida República seja para o que for. E se for para viajar de graça com tudo pago, com eles não há quem possa.
Luiz Gadelha

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