O presidente americano chama todos os meios de comunicação de "fake news". Confusos, americanos desconfiam de que Alzheimer é contagioso e perguntam se Trump é uma torre ou um cone, se ele é alaranjado ou se tudo é fake.
Cheio de likes e haters, prós e antis, o equilíbrio está tonto. Não se pode discordar ou frustrar sob o risco de perder seguidores. Amigos? Bem, a falta de tempo anda separando, e não há conexão que compense.
Verdade seja dita: a própria verdade está em desuso. Precisamos checar primeiramente se não é pegadinha, zoação ou sacanagem. Fala sério! E lá vem gozação.
Meme pra cá e pra lá, trolação. Apita o whats, é um fulano esquiando; depois, convite para velório da tia da ex, a turma do trabalho no happy, o parça no estádio com uma gata. Tudo ao mesmo tempo, correndo o risco de dar pêsames ao chefe no boteco, um like para ex no velório.
Sentimento? Fake. Importância de tudo isso: nenhuma! Na verdade, vai tudo ser deletado, lixo. Melhorar a memória para sacanear alguém.
A vida tem sido uma grande mentira. Políticos mentem; novelas são mentiras; séries, ficções, amores jurados um dia serão esquecidos, substituídos ou eternizados em ódios doentios. Somos fakes. Fingimos, representamos, traímos, chantageamos, falamos o que querem ouvir.
Verdade é igual a CPF: cada um tem o seu, que é sempre diferente do dos outros. É pessoal, intransferível, pode ser falsificado, ficar sujo, negativado, mas é pessoal. Conta sua história, seus dramas, seus valores e suas conquistas. Pode falir, orgulhar, resgatar. O problema é que precisamos viver em CNPJ. Diferentes verdades para se chegar a uma só verdade. Diferentes histórias buscando uma em comum. Muitas versões, mas somente um fato. Aí nós perdemos: cada qual buscando suas diferenças, distanciando-se do aconchego, da paz, do milagre, que é a semente que nos faz "comuns"!
Nenhum comentário:
Postar um comentário