Como explicar que o Congresso brasileiro cassou o mandato de uma presidente da República, mas manteve os direitos políticos dela, apesar de ter sido eleita com caixa 2 de campanha, proveniente de dinheiro sujo, oriundo da corrupção pública e privada. E depois a presidente cassada e seu sucessor foram absolvidos na Justiça Eleitoral, apesar de existirem abundantes provas de caixa 2. Como um analista estrangeiro pode entender essa situação?
No mesmo capítulo, o FBI tropicalista deve encerrar o caso que relaciona a presidente Temer ao chamado “homem da mala”, ex-deputado Rocha Loures. O suspense aumenta, de matar o Hitchcock, como diria o compositor Miguel Gustavo.
Realmente, os roteiristas de “House of Cards” não têm condições de competir com a trama que a política brasileira leva diariamente ao ar, ao vivo e a cores.
O mais curioso é que no enredo à brasileira o presidente é indestrutível, uma espécie de João Teimoso, que balança, mas não cai. As leis pouco importam, porque quem manda do país é o Mercado, que no tempo da ditadura militar os jornalistas chamavam de Sistema.
E a situação do Brasil ficou semelhante à da Bélgica, que recentemente passou quase dois anos sem governo (primeiro-ministro) e vida que segue, como dizia o João Saldanha.
Aqui na Tropicália, quem governa é Henrique Meirelles, que sempre sonhou em conquistar o poder pelo voto, jamais poderia imaginar que fosse alçado de outra maneira. Mas na vida o que vale é a prática e não a teoria.
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