A impropriedade para consumo humano não está na carne que se produz. Se concentra em alta dosagem de canalhice de quem ganha do povo para fiscalizar o que lhe é servido ou de funcionários espertalhões. Em ambos, tudo gente de alto escalão.
Pawel Kuczynski |
A carne pode ser "fraca", mas a corrupção que se esconde nela é fortíssima. A operação da PF mostra didaticamente o estrago da propina alimentícia na economia e principalmente para o povo. Bem mais do que no Petrolão, desta vez devemos ter aprendido o rombo que produz a rapinagem público-privada, porque a resposta foi praticamente imediata no exterior.
Imprensa e autoridades, num bate cabeça, defendem a ação policial e condenam a "espetaculização" e falhas de divulgação da Polícia Federal, que estariam provocando um dominó na exportação de carne brasileira. Houve sugestão até de que fosse consultado, antes da divulgação, o Ministério da Agricultura, exatamente onde se encontrava o chefão desta gangue e outros elementos, pois até o momento não se descobriram outras.
A operação policial, acima de toda a malhação, só fez abrir o furúnculo e expor a podridão: as organizações corruptas estão mesmo até em nossa comida.
Agora resta aos governos tomarem as providências que nunca tomaram. É ser demais inocente acreditar que setores de direção dos frigoríficos possam conspurcar a carne nossa de cada dia sem aval superior com propina rolando para agentes públicos. A "Carne Fraca" só veio nos revelar que há mais podridão do que temos digerido nos últimos anos em nome de campões nacionais do que vimos até agora. Luiz Gadelha
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