Segunda-feira sempre foi de ressaca do descanso. Esta será muito diferente. O país se concentrou no fim de semana nas discussões dos bares, nas rodinhas de churrasco na calçada, no papo das praias; Será uma segunda-feira muito além de histórica. Pela primeira vez uma presidente afastada vai se defender no tribunal do Senado com um resultado presumidamente irreversível por sua condenação.
Dilma, recordista de aprovação com mais de 80%, não amealha hoje uns 10% se tanto. Ainda assim vai estourar o ibope. O Brasil estará unido em assistir não a um evento histórico, apenas. A aparição da presidente afastada, depois de 110 dias enclausurada no Alvorada, desperta a curiosidade sobre a defesa que pronunciará.
É justamente o discurso no plenário, diante de milhões pela televisão e seus 35 convidados, que o país espera conhecer com ansiedade. Em português, ou dilmês, pode provocar a ira de muitos ou mesmo as gargalhadas de milhares, reultando numa repercussão pelas redes sociais com memes infinitas.
Dilma, ninguém desconhece, não tem cacoete político nem sequer pigarro oratório. Precisaria incorporar o romano Cícero para ao menos deixar o retiro palaciano com a dignidade de um discurso histórico. É essa despedida melancólica que desperta tanta curiosidade. Vai se entregar como vítima num patíbulo político, por pura encenação, para defender o indefensável? Mentiu mais do que suporta a paciência para assegurar o poder a seus companheiros nacionais e estrangeiros. E antecipadamente mentirá outra vez numa tentativa de comover quem já está convencido, há muito, de que foi apenas um "poste" e não merece nenhuma outra qualificação.
Será sem dúvida a despedida governamental, em vida, mais concorrida da história brasileira. Ao menos, Dilma entrará para história com um saldo positivo: recorde do Guiness para o adeus mais concorrido.
E Viva a Farofa
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