Estamos, contudo, entrando nesta semana com o anúncio de uma promessa de Michel Temer forte e transformadora: a de se empreender a privatização de tudo que é estatal que for possível dar em concessão ou até mesmo se vender. Duas situações clamam por essa medida, que se for implementada, virá com um atraso de décadas: a primeira é o fato de que o Tesouro está quebrado e ainda vai piorar, em muito, tal situação; em segundo lugar, as últimas revelações dos esquemas de corrupção também há décadas operando dentro das estatais brasileiras marcaram o quanto o Estado é incompetente e mau gestor de qualquer coisa, possibilitando o avanço e o desvio permanentes, sem tréguas, sobre o patrimônio público.
Essa roubalheira nas nossas estatais que está hoje sendo revelada pelas diversas operações orientadas pela Polícia Federal é centenária. Quando não é pela via do sobrepreço, a fraude estará nas medições, nos aditivos, no cartel de empreiteiras que dividem o bolo entre as mesmas. Estão ainda na remuneração de assessores “ad-nutum” que toda estatal brasileira mantém para empregar parentes e amigos fantasmas de deputados (e Minas não está livre dessa peste), enriquecendo indicados em troca de apoios.
É infindável o conjunto de mutretas que se podem praticar nas empresas públicas brasileiras. Em todas elas. Bater pela privatização de tudo que for possível na atualidade seria uma bandeira notável. É uma das formas mais eficazes de se aplacar a corrupção: colocando donos naquilo que hoje é tratado como patrimônio particular e interesse de grupos e partidos políticos.
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