segunda-feira, 25 de abril de 2016

A grande mentirosa

Quando vi imagens de uma manifestação contra o “golpe” em Nova York, não resisti e comentei com meus botões: deve ser o pessoal que faz compras na 25 de março... brasileirinhos bem alimentados em defesa da senhora Rousseff, corajosa-e-honesta representante de nossa “elite branca”, para falar nos termos da antropologia lulista.

Não entendo, aliás, a razão dos petistas insistirem tanto nesse elogio: corajosa-e-honesta. Estas palavras não querem dizer nada politicamente, quando usadas fora de contexto. Afinal, Hitler era corajoso e honesto. Quanto à senhora Rousseff, especialista em tentar tapar o sol com a peneira, melhor pôr em dúvida pelo menos um dos adjetivos. Honesta, mas... faz vista grossa à corrupção, acoberta malfeitores e se beneficia pessoalmente da situação, canalizando propinas para permanecer no poder, segundo delações marqueteiras que não surpreenderam ninguém com algum conhecimento do assunto.

Um adjetivo, no entanto, qualifica sem ressalvas a senhora Rousseff. Ela é mentirosa. Vimos isso na campanha eleitoral de 2010, quando ela definiu, entre suas quatro prioridades, a realização de uma grande reforma urbana nacional – e, depois de eleita, fez de conta que não tinha nada a ver com o assunto. A verdade é que Dilma entrou em cena mentindo – e vai sair do mesmo modo. Todos se lembram de que ela enfiou em seu currículo um doutorado na Unicamp, que nunca chegou a concretizar. E, sempre que se vê em algum perigo político, a dama indigna acusa os adversários de estarem se preparando para extinguir seus “programas sociais”.

A campanha presidencial de 2014, espetacularmente mentirosa, foi pura delinquência. Dilma promoveu ataques criminosos a Marina, personalidade realmente digna da recente história política do Brasil. E dizia que, se um de seus adversários fosse eleito, baixaria medidas “contra o povo brasileiro” – exatamente as medidas que ela começou a colocar em prática, assim que tomou posse.

Mas sua mentira mais duradoura é dizer que, durante a ditadura militar, lutou pela democracia. Ela nunca fez isso. Foi militante de uma organização clandestina – a Polop – que, em sua pregação “marxista-leninista”, considerava a democracia uma coisa burguesa. Dilma defendia, então, que era preciso substituir a “ditadura dos patrões” (como os polopianos discursavam nas passeatas da década de 1960) pela ditadura do proletariado. Democracia, nem pensar. Mas ela finge que foi democrata. E prosseguirá mentindo por toda a eternidade.

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