Certamente, para muitos, ética é sinônimo de moral, ou seja, faz referência ao cumprimento de determinadas regras, normas e condutas consideradas valiosas e, por isso, prezadas por determinado grupo cultural. Mas fica manifesto desde já que a ética não pode ser confundida com a moral. Ela é muito mais que isso!
Confundir a ética com a moral é o mesmo que confundir o receituário com o medicamento.
Ética, filosoficamente falando, é, na verdade, uma reflexão a respeito dos princípios axiológicos que orientam e fundamentam nossas ações morais. Por isso, a ética atua validando ou questionando a validade daquilo que a sociedade acredita ser valioso, correto, bom e, por conseguinte, moral.
Confundir a ética com a moral é o mesmo que confundir o receituário com o medicamento. A moral é uma construção histórica e cultural, trata-se de um fenômeno prescritivo, versando a respeito de normas, “receitas de conduta” a serem observadas na vida prática e cotidiana. A ética não se limita a essas regras, mas as questiona, procurando descobrir se realmente são importantes ou, quem sabe, obsoletas.
A ética deve nos levar a uma reflexão honesta acerca dos valores que adotamos, fazendo-nos repensar o nosso modo de ser e estar no mundo. Ela é, por isso, indispensável para o progresso humano. Do contrário, correríamos o trágico risco de ficarmos reféns de valores morais que muitas vezes podem estar assentados na tradição e nos tempos passados, não fazendo mais sentido para a sociedade atual. Acabamos, por vezes, incorporando tais valores por hábito e de forma acrítica, o que não contribui em nada com a tão urgente e necessária autonomia do sujeito. Ética é fundamental, sendo, portanto, indispensável para o corpo social. É importante concluir dizendo que a ética está ligada ao caráter de cada um e o caráter, já dizia Aristóteles, é aquilo que você é!
Edimar Brígido
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