quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Ou impeachment ou renúncia

Os investidores não se tocaram. Pelo contrário: mandaram dizer a Nelson Barbosa, no dia de sua posse, o tradicional “não vem que não tem”. O dólar ultrapassou os 4 reais enquanto a inflação não volta mais para um dígito. O real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo inteiro. No ano que agora termina, 1 milhão e 600 mil perderam o emprego. O governo cancelou os concursos públicos para 2016 e a maioria dos Estados não conseguiu pagar o décimo-terceiro salário aos seus funcionários. Os juros vão subir, o custo de vida, também. Dos impostos não se fala. Adianta alguma coisa trocar de ministro da Fazenda?


Tem saída? Tem. Basta mudar o governo. Afastar a sombra de mais três anos de desgraças através da dispensa dos seus responsáveis. Pode ser pelo impeachment. Quem sabe por um plebiscito? A Constituição permite atos de demissão sumária, direito inerente a todos os povos quando em situação insustentável.

O que não dá é continuar como vamos, no limiar de uma revolta que a instituição alguma será dado conter. Claro que a solução ideal seria a renúncia. O reconhecimento de que falharam. A necessidade de desembarcarem.

Em condições normais de temperatura e pressão já era para as oposições ocuparem o país com um programa de recuperação nacional. Pelo jeito, tucanos e penduricalhos já deveriam ter elaborado um plano alternativo de governo, um elenco em condições de definir rumos. Como parece que não tem, entregues ao mesmo modelo insosso, amorfo e inodoro dos atuais detentores do poder, omitem-se. O pior é o vazio que fica. Não haverá que fulanizar, muito menos procurar salvadores da pátria. Falta um roteiro de salvação, acima e além de ideologias, partidos e grupos.

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