A presidente Dilma Rousseff tanto fez que conseguiu jogar no lixo todas as conquistas do país dos últimos anos. Ao levar o Brasil a perder o grau de investimentos, segundo a classificação da Standard & Poor’s (S&P), a petista acabou com as chances de recuperação da economia no próximo ano e comprometeu o futuro de muitos brasileiros. O quadro que está por vir é dramático. Agora, no clube das nações especulativas, o país mergulhará de vez na recessão. O desemprego poderá chegar a 12%. Com o dólar acima de R$ 4, a inflação voltará a subir, obrigando o Banco Central a elevar os juros. E mais: as empresas ficarão sem crédito para tocar investimentos e aquelas que devem no exterior podem enfrentar dificuldades para honrar os compromissos.
Daqui por diante, o Brasil voltará a registrar aumento da pobreza — a desigualdade entre ricos e pobres já aumenta desde 2013. Muitas das famílias que ascenderam socialmente retrocederão. A economia informal, que vinha encolhendo a passos largos, ganhará força. O país regredirá anos, confirmando o atraso que foram os quatro primeiros anos de mandato de Dilma.
A presidente não economizou na arte de destruir o país. Desde que tomou posse, ela se encantou pela ideia defendida pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de que um pouco mais de inflação impulsionaria o Produto Interno Bruto (PIB). Equivocada, impôs como meta reduzir a taxa real de juros a 2% ao ano. Para isso, não se furtou em destruir a credibilidade do Banco Central, ao obrigar a instituição a derrubar a taxa básica (Selic) a 7,25%, o nível mais baixo da história, mesmo com a carestia em alta.
As estripulias se estenderam às contas públicas, destruídas sem dó nem piedade pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo então secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Irresponsáveis, eles saíram distribuindo dinheiro público por meio de desonerações a setores específicos, que, muito espertos, usaram os benefícios para engordar os lucros.
Essa farra fiscal foi encoberta, por um bom tempo, por pedaladas e maquiagens. A gastança foi tamanha que, mesmo com todos os artifícios usados por Mantega e Arno, o país registrou, em 2014, rombo de R$ 32,5 bilhões, o primeiro buraco desde 1997, quando o governo assumiu o compromisso com o equilíbrio fiscal. Muitos especialistas apontam crimes de responsabilidade nessas manobras e, a depender de uma posição do Tribunal de Contas da União (TCU), Dilma poderá perder o mandato.
Desnorteado, pois foi pego de surpresa pelo rebaixamento, o governo tentou difundir o discurso de que todas as dificuldades serão superadas. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que endossou, no primeiro mandato de Dilma, boa parte das medidas que levaram o país para o buraco, alegou que a economia está passando por um momento de transição, que resultará no ajuste fiscal.
Barbosa se esqueceu de dizer que a decisão da S&P foi apressada pela insistência dele de enviar ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com deficit de R$ 30,5 bilhões. O ministro alegou que o projeto era um sinal de transparência e as agências de classificação de risco entenderiam isso. Não entenderam, e ainda se assustaram com a disputa por poder travada entre Barbosa e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Seria, no mínimo, honesto que Dilma pedisse desculpas à Nação por impor tantos sacríficos à população, devido à incompetência e à arrogância que prevaleceram nos últimos quatro anos. Mas será difícil ver esse gesto de humildade, em se tratando da petista. Ao ser reeleita, ela mudou o discurso e indicou que adotaria uma política econômica mais responsável. Mas o tempo foi passando e ela voltou a ter recaída pela tal nova matriz, que está na raiz de todos os problemas enfrentados pelo país.
A presidente pode agora bater no peito e dizer que venceu a batalha de como destruir um país. O Brasil da responsabilidade, que fez um esforço enorme para conquistar a confiança dos investidores, ficou no passado. Desde ontem, voltamos ao grupo nas nações consideradas lixo pelo capital. Grande vitória, Dilma!
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