segunda-feira, 13 de julho de 2015

Ganhar, perder, votar

Aguentar as trevas tem sido difícil. Neste tempo de pouca luz e muito calor, qualquer raiozinho de luz ajudaria. A gente fica torcendo para aparecer uma luz no fim deste túnel que já parece interminável. Mesmo que seja um trem. Pelo menos mudaria algo.

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Mas, da mesma maneira que soluções mão brotam espontaneamente, grandes problemas são construídos com tempo e método. Desastres não acontecem de repente. Normalmente são apenas consequências visíveis da persistência na direção errada.

No nosso caso, em retrospecto, o governo pareceu buscar o desfecho ruim com a determinação de quem saber o que quer. Ou melhor, coma determinação daqueles que ignoram que o amanha sempre chega.

Talvez tenha começado com um problema de atitude, de modo de pensar. Quando tudo estava o nosso favor, o governo provou que não sabe ganhar. Vamos combinar que era desnecessário fazer criticas a crise pela qual passavam os países desenvolvidos.

O mundo talvez dispensasse (para alivio dos incautos ouvidos estrangeiros) nossos conselhos e formulas sobre como administrar economia. Não soubemos ser irônicos. Faltou elegância. Sobrou galhofa. Provamos que não sabemos ganhar.

Quando as coisas apertaram, o governo poderia aprender com os erros. Olhar para o passado. Criticar as próprias atitudes. Rever os conceitos. Repensar. Refazer. Mas não nada disso.

Foi incapaz de encontrar no espelho o rosto do culpado. O reflexo somente revelou vitimas. Preferiu a saída simples. Flexionou o dedo. Apontou para os outros. E achou os culpados pela nossa decadência. Criamos um paradoxo. Um país em que o governo sempre faz tudo certo, mas onde as circunstancia criam e garantes resultado o negativo (e quase garantido). Autocritica, somente se for a favor. A gente também não sabe perder.

Em relação cerimoniosa, e ao mesmo tempo esquizofrênica com a realidade, os problemas são ignorados. E, como não se enxerga o problema, procurar a solução se torna dispensável.

O diabo é que o governo não errou sozinho. Foi eleito. Por isso, embora governos e eleitores sejam entidades diferentes, em uma democracia, os eleitores são os fiadores da qualidade dos governantes. Os eleitores são sempre, em ultima analise, responsáveis pelos eleitos.

A gente não sabe ganhar. A gente não sabe perder. Mas talvez possa aprender a votar.

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