O problema era que o programa econômico do governo deposto de João Goulart, elaborado por Celso Furtado e chamado de Plano Trienal, havia previsto um déficit de 141 milhões de dúzias de ovos.
Registrou-se uma gargalhada nacional, exprimindo a ideia que o cidadão comum fazia dos economistas: reverenciava todos eles, mas não acreditava em nenhum.
Guardadas as proporções e com todo o respeito, loas devem ser entoadas para Joaquim Levy e para Guido Mantega, mas qual deles estará com a verdade? O atual ministro da Fazenda vem apresentando um quadro dantesco da economia nacional, prevendo a recessão e até o caos se não foram aprovadas pelo Congresso as medidas do ajuste fiscal, da redução de direitos trabalhistas ao aumento de impostos e a restrições às empresas privadas. Não dá para comparar esse diagnóstico com as previsões feitas pelo antecessor, de que 32 milhões de pobres foram incorporados à classe média, que a crise era passageira, estava controlada e devia-se a fatores externos.
As elites conservadoras tem como norma considerar todos os ministros da Fazenda como oráculos absolutos. Apoiavam Mantega como apoiam Levy. Vale a pena, porém, rejeitar ambos e ir vivendo sem a euforia espetaculosa nem o catastrofismo absoluto. Melhor ignorar a manipulação de conceitos e de números, ganha-pão dos economistas.
Vamos prestar mais atenção na colaboração das galinhas…
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