quinta-feira, 19 de março de 2015

Depois de roubar,crie-se a lei


Política é a arte de governar com o máximo de promessas e o mínimo de realizações
Júlio de Camargo 
Dilma, mais uma vez, apela a medidas requentadas para se apresentar como revolucionária do bem. A presidente, na fala de ontem, quis ser a paladina da batalha contra a corrupção. Patética, como sempre, lembrou aquela personagem de Chico Anísio, a Maria Teresa, que só abria a boca para falar besteira.

Foi o que fez a presidente esquecida que há dez anos Lula, "Deus", também lançou um pacote anticorrupção logo depois de estourar a crise do mensalão. Mas Dilma foi mais longe com sua conversa fiada. Acrescentou que os governos petistas foram os únicos a dar combate à corrupção, o que não faz sentido.

Foi sob a governança de Lula que se institucionalizou o roubo na Petrobras e continuou sob as passagens de Dilma pelo governo anterior, no ministério das Minas e Energia e na Casa Civil, e continuou em seu mandato. Que combate foi esse em que a corrupção se alastrou devido ao aparelhamento petista?

Nem ela nem Lula sabiam que o roubo grassava à vontade, livre, leve e sem rédeas por todos os cantos em que a administração petista adentrava. Acreditar que mesmo convivendo com toda a cambada corrupta nunca souberam de nada é muita infantilidade, senão imbecilidade.

O pacote era prometido para "breve". Surgiu com uma rapidez estonteante de quem programou tudo nas coxas ou requentou papel velho. O objetivo, mais do que claro, é estancar o quanto puder o desgaste da imagem presidencial. Evitar que os casos judiciais batam às portas do Planalto e do Instituto Lula. Mesmo que a lama não entre porta adentro, os dois "paladinos" ficarão com as fichas sujas, e biografias enlameadas, para sempre. Não haverá pacotaço que possa limpar essa sujeira.

A apresentação do pacotinho de ontem, enfim, foi um jogo de cena, mais um. Quando diante de um público aliado e salvas de palmas, se saudava a nova iniciativa, chovia no noticiário para um temporal de corrupção, dinheiro desviado para petistas. Mas Dilma continuou surda ao barulho da lama subindo. Em nenhum momento, citou Moisés, que há muitos séculos já resumia em 11 letras como combater a corrupção: "Não roubarás".

A presidente armou o circo, quando basta que a lei seja cumprida. Foi o que pediu a população no domingo.

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