segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

'Eu sou a verdade, o caminho e a vida'


O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado
Albert Einstein

Bem longe falar aqui de um exemplo no mundo. A frase do título também poderia ser dita (ou repetida, ou copiada, ou explorada) por um canalha fantasiado de santo. Quem seria o autor de tal heresia? Louco ou bandido? Ambos. A psicopatia criminal explica.

Se há tantos séculos, alguém pôde multiplicar os pães e os peixes, porque em tempos de alta tecnologia e uma boa maquiagem nas contas não se poderia também repetir o milagre? O milagre bíblico, pois, se repetiu. Os pobres ganharam mais peixe e pão. Como outra é a era, de quebra, o divino psicopata também produziu o circo para todos.

Se não fez a transformação da água em vinho, muito melhor se saiu o deus brasileiro. Transformou o sertão em mar. Quer dizer, ainda não completou a obra, porque apesar de sua santidade ainda não conseguiu agilidade nos milagres. Naqueles anos da Galileia, era só uma magia de transformar. Agora era preciso transportar água em meio à seca secular. Convenhamos um milagre de maior porte e muito mais complexo. Mas enorme mesmo foi, com magia extra, produzir do nada tanto dinheiro para pagar a obra.

Arregimentar os pobres, pescá-los pela palavra. Isso então foi muito fácil. Bastou se tornar o salvador deles, com gesticulação apropriada de mistificador. Depois fez distribuir, santo milagre, as moedas jorrando dos céus, quer dizer, dos cofres públicos como jorrou trigo dos celeiros do faraó.

Trovejou que nada de fora atingiria o país. O tsunami que varria o mundo chegaria aqui como uma marolinha. Profeta, usou desbragadamente o consumo como barreira. E foi elevado às alturas de mestre salvador. Prodígio fácil. Saiu-se mais uma vez com o milagre que também os militares sempre fizeram na ditadura. Têm resultados rápidos e põem os milagreiros nas alturas.

Anunciou que o mundo era dos bons que sempre deviam competir contra os maus (os outros). Santa divisão. Para isso percorreu em caravana milionária, sem isso de apóstolos, mas carregado de comissariado, para divulgar o verbo da boa nova. Os pobres seriam atendidos pelo abençoado e os ricos excomungados, condenados aos infernos. “Quem me seguir será reunido no reino dos céus”. E seguiram muitos para os reinos da corrupção, da boa vida, do descanso remunerado ad eternum.

Sob suas bênçãos, prodigalizou o surgimento de uma mãe dos pobres, desvalidos, desesperançados. Conclamou a união em torno da nova santa. Atendido, se tornou deus único, a pairar no nirvana de um tríplex à beira da praia em Santos, de onde atenderá agora os mais necessitados de amparo legal para que seus milagres não sejam nunca desvendados como maracutaias de um psicopata.

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