Ilustração de John Vernon Lord |
Humpty
Dumpty sat on a wall.
Humpty Dumpy had a great fall.
All the king’s horses and all the king’s men
Couldn’t put Humpty together again.
Humpty Dumpty, o ovo com rosto, braços e pernas, sentava
muito pimpão no muro alto, apesar dos conselhos para que não o fizesse, dada
sua fragilidade.
Mas teimoso e arrogante, não havia meio do bom senso ocupar
por um átimo que fosse, sua cabeça. E deu no que deu: caiu, espatifou-se e nem
todos os cavalos do rei e nem todos os homens do rei puderam juntar seus
pedaços outra vez.
Quem já leu Alice no País das Maravilhas com certeza sabe
que Humpty era presunçoso e, certamente, procura não copiar seus malfeitos. Mas
há quem tenha lido e sofra do mesmo mal, teimosia misturada com arrogância.
Esses certamente cairão do muro.
Já em Lula no Brasil das Maravilhas quem foi colocada no
alto do muro foi a Petrobras: inesquecível a cena de Lula com as mãos sujas de
óleo a dizer ao Brasil que daquele momento em diante seríamos autossuficientes
em petróleo.
E o pré-sal? Que Lula anunciou como se fosse tão simples
retirá-lo do fundo do oceano que os estados e municípios “pre-saleiros” quase
entraram em guerra para saber quem ficaria mais rico?
A essa altura não cabia à Graça Foster refutar o presidente
da República, mas quando dona Dilma assumiu a Presidência da República e a
nomeou para a presidência do Conselho da Petrobras, aí ela passou a ser responsável
por todos os comunicados que se referissem à empresa e devia ter explicado
porque não somos autossuficientes em petróleo e porque o pré-sal ainda é sonho
distante.
A Imprensa, tratada como inimiga da hora, quando foi ela que
fez o Lula, passou a ser vista como a aloprada que precisa ser regulada. É
sempre assim: os nossos defeitos são dos outros.
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