Faz 100 dias que os brasileiros decentes foram afrontados
pela descoberta do escândalo em que Lula
se meteu ao lado de Rosemary Noronha. Faz 100 dias que o país que presta é
afrontado pela mudez malandra do caçador de votos que promoveu uma gatuna de
quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São
Paulo. Faz 100 dias que o ex-presidente foge de perguntas sobre o caso de
polícia que protagonizou em companhia da Primeiríssima Amiga e dos bebês
quadrilheiros de Rosemary.
Surpreendido pela divulgação das maracutaias comprovadas por
policiais federais engajados na Operação Porto Seguro, Lula fez o que sempre
faz quando precisa costurar algum álibi menos cretino: perdeu a voz e sumiu.
Passou a primeira semana enfurnado no Instituto Lula. Passou as duas seguintes
longe do Brasil, driblando repórteres com escapadas pela porta dos fundos ou
pela cozinha do restaurante.
Recuperou a voz no começo do ano, mas ainda garimpa no porão
das desculpas esfarrapadas alguma que o anime a enfrentar jornalistas armados
apenas de perguntas sem resposta. Para impedir que a aproximação do perigo, tem
recorrido a cordões de isolamento, cercadinhos, muralhas humanas e outras
mesquinharias improvisadas para livrá-lo de gente interessada no enredo da
pornochanchada financiada por cofres públicos que apresentou ao Brasil, entre
outros espantos, os talentos ocultos de Rosemary Noronha.
O silêncio que vai completando 2.500 horas, insista-se, só
vale para o caso Rose. Entre 23 de novembro de 2012 e 3 de março de 2013,
excluídos os poucos dias em que teve de desativar o serviço de som, o palanque
ambulante continuou desempenhando simultaneamente os papeis de co-presidente da
República, presidente honorário da base alugada, chefe supremo da seita,
protetor dos pecadores companheiros, arquiteto do Brasil Maravilha e
consultor-geral do mundo.
Abençoou catadores de lixo e metalúrgicos, leu mais de 300
livros, fingiu entender o que Sofia Loren disse em italiano, avisou que os EUA
nunca mais elegerão um negro se Barack Obama fizer besteira, louvou bandidos de
estimação, insultou a oposição, deliberou sobre a tragédia ocorrida no jogo do
Corithians em Oruro, explicou aos governantes europeus como se transforma
tsunami em marolinha, recomendou a FHC que pare de dizer o que pensa e descobriu
que Abraham Lincoln reencarnou no Brasil com o nome de Luiz Inácio Lula da
Silva. Fora o resto.
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