Novo Governo do Brasil será um teste para saber se estamos diante de algo novo ou se tudo acabará na clássica contemporização
Uma vez perguntei ao dono de uma grande empresa a que se
devia o sucesso da mesma, e me respondeu sem pensar: “Porque sempre escolhi os
melhores para dirigi-la”. Voltei a lhe perguntar se não temia ficar rodeado de
personalidades até mais valiosas do que ele, já que poderiam lhe fazer sombra.
Sorriu e me disse enigmaticamente: “Quem teme a luz ao seu redor é porque só
sabe trabalhar nas trevas”.
No sábado passado um dos participantes do programa de
televisão Globo News Painel, dirigido pelo genial jornalista William Waack, me
trouxe à memória aquela conversa. O participante destacou a dificuldade que os
governantes brasileiros demonstram para escolher (por exemplo para o cargo de
ministro) os mais bem preparados, personalidades indiscutíveis, para quem não
deveria ser difícil – exatamente por seu grau de excelência – oferecer toda a
liberdade em suas decisões sem medo de que lhe façam sombra.
Pelo contrário, é quase impossível ver à frente de um
ministério alguém de absoluta competência e rigor ético. O preço maldito que os
governantes têm de pagar aos partidos políticos para ganhar seu apoio faz com
que não cheguem a um ministério pessoas preparadas e de reconhecido
conhecimento na matéria da qual serão responsáveis, mas figuras cinzentas para
quem é mais fácil manejar e trabalhar para atuar em favor próprio do que para a
nação.
Por que para ministérios vitais como o da Educação, das
Cidades, da Saúde ou da Energia é necessário escolher um político de certo
partido apesar de existirem personalidades muito mais brilhantes e capazes
ainda que sem militância política concreta? Os ministros devem servir ao
Governo da nação e não a estreitos cálculos políticos.
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