sábado, 13 de dezembro de 2014

Chororô da presidente tem que ser para todos



A Justiça brasileira não é apenas cega. É surda às apelações dos pobres, e muda para as elites e os políticos.
 “Sobretudo merecem a verdade aqueles que perderam familiares e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”

Correto, presidente. Respeita-se o choro na entrega do relatório da Comissão Nacional da Verdade.

Mas cá entre nós, presidente, em 12 anos do petismo no Planalto, o que se fez de concreto para se respeitar os direitos humanos com mão forte do governo em casos como a mortandade em Pedrinhas, no Maranhão, os assassinatos diários e bárbaros em todo o país, a violência tomando todos os rincões, o crack invadindo famílias minando inclusive crianças, a droga entrando livremente no país, os jovens caindo na mão dos traficantes e patati-patatá?

Se o pau bateu ontem em Francisco, bate hoje nos Chicos, nos Zés, nos Joões, nas Marias, nas Zefas. E aí ninguém rola uma lágrima; o governo deixa rolar o sarrafo. Eles também perdem diariamente "familiares e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”. Como de costume, é gente que morre na guerrilha urbana que tomou as cidades brasileiras pelo seu desgoverno.

No entanto, não há uma manifestação do governo. O ministro da Justiça, que em outros tempos era o segundo mais importante cargo do país, agora não passa de advogado do petismo e guarda-costas presidencial para garantir a toga no STF. Sai na defesa das elites e silencia com o destino da população entregue às prisões desumanas, à violência policial e marginal, às drogas, aos desaparecimentos, às balas perdidas. Para o povo, é uma nulidade em justiça.

Não é à toa que o país se tornou o mais violento, do mundo entre 133 nações avaliadas, e quando o número de homicídios está em queda no mundo. Em números absolutos, é o país com o maior índice de assassinatos no mundo: 64.357, o que equivale a 32,4 mortes para cada 100 mil pessoas, revela relatório global para prevenção de violência preparado pelas agências das Nações Unidas. O Brasil ultrapassa até a Índia (52 mil), o segundo país mais populoso do planeta!


Se há tanto empenho em revelar e condenar os crimes da ditadura, o que dá ibope e entra na agenda positiva presidencial, com alta promoção da presidente, também deveria haver mais empenho contra a criminalidade de hoje. Isso, sim, poria a presidência nas alturas. Mostraria, enfim, que não só governa para mensaleiros, corruptos, políticos e elites, mas como reza a Constituição todos os brasileiros, inclusive aqueles sem voz e representantes, “que perderam familiares e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”.  

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