A Justiça brasileira não é apenas cega. É surda às apelações dos pobres, e muda para as elites e os políticos.
Correto, presidente. Respeita-se o choro na entrega do
relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Mas cá entre nós, presidente, em 12 anos do petismo no
Planalto, o que se fez de concreto para se respeitar os direitos humanos com
mão forte do governo em casos como a mortandade em Pedrinhas, no Maranhão, os
assassinatos diários e bárbaros em todo o país, a violência tomando todos os
rincões, o crack invadindo famílias minando inclusive crianças, a droga
entrando livremente no país, os jovens caindo na mão dos traficantes e
patati-patatá?
Se o pau bateu ontem em Francisco, bate hoje nos Chicos, nos
Zés, nos Joões, nas Marias, nas Zefas. E aí ninguém rola uma lágrima; o governo
deixa rolar o sarrafo. Eles também perdem diariamente "familiares e parentes e que continuam sofrendo
como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”. Como de costume, é
gente que morre na guerrilha urbana que tomou as cidades brasileiras pelo seu
desgoverno.
No entanto, não há uma manifestação do governo. O ministro
da Justiça, que em outros tempos era o segundo mais importante cargo do país,
agora não passa de advogado do petismo e guarda-costas presidencial para
garantir a toga no STF. Sai na defesa das elites e silencia com o destino da
população entregue às prisões desumanas, à violência policial e marginal, às
drogas, aos desaparecimentos, às balas perdidas. Para o povo, é uma nulidade em
justiça.
Não é à toa que o país se tornou o mais violento, do mundo
entre 133 nações avaliadas, e quando o número de homicídios está em queda no
mundo. Em números absolutos, é o país com o maior índice de assassinatos no
mundo: 64.357, o que equivale a 32,4 mortes para cada 100 mil pessoas, revela
relatório global para prevenção de violência preparado pelas agências das
Nações Unidas. O Brasil ultrapassa até a Índia (52 mil), o segundo país mais
populoso do planeta!
Se há tanto empenho em revelar e condenar os crimes da
ditadura, o que dá ibope e entra na agenda positiva presidencial, com alta
promoção da presidente, também deveria haver mais empenho contra a
criminalidade de hoje. Isso, sim, poria a presidência nas alturas. Mostraria,
enfim, que não só governa para mensaleiros, corruptos, políticos e elites, mas
como reza a Constituição todos os brasileiros, inclusive aqueles sem voz e
representantes, “que perderam
familiares e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e
sempre a cada dia”.
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