domingo, 21 de dezembro de 2014
Cadeia neles!
Depois de milênios em conflito, Deus e o Capeta resolveram promover a paz universal e eterna no universo. Decidiram que para evitar a continuação de conflitos e desgraças, melhor seria construir uma ponte entre o Céu e o Inferno. Assim estariam prevenidos e garantidos. A combinação foi de que cada lado se encarregasse de metade da ponte. Logo o Capeta lançou-se na sua empreitada, mobilizando legiões de diabinhos e cumprindo rigorosamente o cronograma das obras. Quando olhava para cima, no entanto, via que nada estava sendo feito. Preocupado e tendo quase completado a sua obrigação, pediu uma audiência para reclamar. Afinal, meia ponte não resolveria nada em prol dos objetivos combinados.
O Padre Eterno ouviu calado as críticas sobre sua inação, mas no final falou: “Quer saber porque não iniciamos nossa parte da ponte? Por culpa sua! Aqui no Céu não encontramos um empreiteiro sequer, para contratar. Você levou todos para o Inferno!”
A anedota se ajusta bem à realidade que vivemos. Presos ou temerosos da prisão, não haverá um só empreiteiro, grande ou pequeno, contratado ou não pela Petrobras, que deixe de ser chamado a prestar contas, demonstrando sua lisura ou merecendo queimar até o fim dos tempos. O corpo técnico das empreiteiras é excepcional. Seus engenheiros, planejadores, mestres de obras e operários fazem milagres em matéria de hidrelétricas, portos, pontes, túneis e tudo o mais que envolva obras públicas e privadas. O diabo (com perdão de nosso personagem citado acima) são certos donos. Proprietários das empresas, pelo berço ou por malandragens, ávidos de multiplicar suas contas bancárias e seu poder. Responsáveis por uma injusta generalização.
É mentira dizer que não sabiam o que seus operadores faziam em matéria de superfaturamento, aditivos contratuais, propinas e compra de políticos e de altos funcionários do governo. Bobagem igual, só a do Lula ao proclamar que não tinha conhecimento do mensalão, ou da própria Dilma, para quem foi uma surpresa verificar a lambança na Petrobras.
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